DISTANCIAMENTO SOCIAL E OS (DES) CAMINHOS DE UMA NOVA SEGREGAÇÃO

RETRATOS DE IMPACTOS PARA AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Resumo

Este artigo tem como objetivo discutir as possíveis repercussões do distanciamento social a partir das narrativas das mães, diante do que foi imposto como medida de prevenção à
contaminação do Coronavírus, na inclusão/segregação das pessoas com deficiência na sociedade. O presente estudo é qualitativo, de caráter exploratório e foi realizado na cidade de Salvador
- Bahia, com a participação de seis mães de pessoas com deficiência com idade entre 33 e 59
anos. A coleta de dados foi efetuada no formato remoto, por causa da pandemia da COVID-19,
utilizando-se de uma videochamada ou dos aplicativos Google Meet ou Zoom e submetidas
à análise de dados, usando-se o Método de Interpretação de Sentidos. Os resultados levam a
pensar que a pandemia do Coronavírus acentuou as lacunas que transitam entre a inclusão de
pessoas com deficiência e as barreiras sociais encontradas em diversos meios, transformando,
assim, o isolamento necessário em um afastamento do convívio social e, por vezes, de uma marginalização de grupos minoritários. Os retratos futuros da pandemia, por conseguinte, tenderão
a refletir os resultados desse hiato de convivência e como isso repercutirá na inclusão da pessoa
com deficiência, mesmo diante das políticas públicas e dos movimentos, que buscam minimizar
os entraves pré-existentes.