ENTRE LINHAS E LIMITES
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL, EXCLUSÃO E ENVELHECIMENTO EM “FLORES PARA ALGERNON”
Palavras-chave:
Deficiência Intelectual, Envelhecimento, Capacitismo, Literatura e Inclusão, Educação InclusivaResumo
A obra “Flores para Algernon”, de Daniel Keyes, apresenta uma narrativa literária sensível e complexa sobre a trajetória de um homem com deficiência intelectual submetido a um experimento, que modifica, temporariamente, as suas habilidades cognitivas. O protagonista, Charlie Gordon, permite que o leitor acompanhe a sua transformação intelectual e emocional, expondo com profundidade as diferentes formas de exclusão que pessoas com deficiência enfrentam – desde o desprezo velado e a infantilização, até a supervalorização meritocrática da inteligência. A história também levanta reflexões importantes sobre como a sociedade lida com o declínio das capacidades cognitivas, traçando um paralelo simbólico com o processo de envelhecimento de pessoas com deficiência, grupo ainda pouco representado nas discussões acadêmicas, literárias e nas políticas públicas. Este trabalho, construído a partir de uma abordagem qualitativa e de leitura interdisciplinar, busca articular os campos da literatura, dos estudos da deficiência e da educação inclusiva, com o intuito de discutir as formas sutis e estruturais de exclusão que afetam esses sujeitos ao longo da vida. Ao tomar como eixo central a experiência do personagem, o estudo evidencia a necessidade urgente de práticas sociais, educacionais e políticas, que reconheçam a dignidade humana para além da produtividade, garantindo cuidado, escuta e pertencimento às pessoas com deficiência em todas as fases do desenvolvimento, com especial atenção à velhice, etapa marcada por múltiplas vulnerabilidades e ainda carente de reconhecimento.
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